Sobre o Plano
O Plano geral de drenagem de lisboa é um documento estratégico municipal de Lisboa para a área do saneamento
Traduz-se num conjunto de ações que visam proteger Lisboa das cheias e inundações associadas a fenómenos extremos de precipitação, preparando-a para os desafios do futuro. A sua última versão refere-se ao período de execução 2016-2030:
- melhoria do conhecimento da rede de saneamento existente
- reforço e reabilitação da rede de saneamento existente
- construção de bacias de retenção
- construção de dois grandes túneis de drenagem para transvase de bacias
Enquadramento
Durante o ano de 2015, procedeu-se à atualização do PGDL 2008, face ao tempo decorrido desde a sua aprovação.
Tendo em conta o valor de investimento elevado, e à assunção da evidência das alterações climáticas, iniciou-se esta atualização com um exercício para verificar quais as consequências financeiras, sociais e de execução com a premissa de consideração de um tempo de recorrência superior a 10 anos. Para tal, inicialmente assumiu-se um tempo de recorrência de 20 anos.
Com este pressuposto, os valores de investimento subiram exponencialmente para a solução de conceção à base de reservatórios e verificou-se, também, dificuldades na obtenção de locais onde se pudessem construir os novos reservatórios. ou os antigos com as novas capacidades de reserva que esta alteração introduzia.
O PGDL 2008 baseava-se, fundamentalmente, na construção de reservatórios para atenuar os impactes das grandes chuvadas. Havia, no entanto, já um microtúnel previsto que ligava a Praça Martim Moniz com Sta. Apolónia, face à impossibilidade prática de se construir um reservatório nesta Praça (já lá existe um parque de estacionamento subterrâneo na zona mais adequada para se construir um reservatório).
Foi assim que se começou a encarar a alteração da solução reservatórios para a solução de transvase de bacias, recorrendo-se à construção de grandes coletores (os túneis) que pudessem proceder ao transvase de Bacias de drenagem com excesso de caudais. Verificou-se, também, que o horizonte do Plano poderia ser mais ambicioso traduzindo-se numa maior capacidade de mitigação dos eventos pluviométricos, cuja tendência é aumentarem face às alterações climáticas. Optou-se por um período de retorno de 100 anos (ou seja, a chuvada que pode acontecer uma vez em cada 100 anos) e também para um tempo de vida útil desta infraestrutura de 100 anos.
Para que serve?
As situações de inundações são frequentes na nossa cidade, em particular em zonas críticas como a Rua de Sta. Marta/S. José, a Baixa e Alcântara. Estes fenómenos têm tendência a agravar-se devido à crescente ocupação do território e ao efeito das alterações climáticas.
Face a esta realidade é de extrema importância implementar soluções que eliminem/reduzam os impactes sociais, económicos e ambientais associados às cheias e inundações.
Quais as vantagens adicionais associadas à construção dos túneis?
Apesar de o principal objetivo ser desviar caudais excessivos - até um tempo de recorrência de 100 anos, mitigando os impactes sociais, económicos e ambientais das inundações -, a construção dos túneis vai ter também em consideração 3 questões ambientais de relevo:
Estas bacias antipoluição irão captar e armazenar as primeiras águas da chuva (as mais poluídas por trazerem os resíduos depositados na superfície dos pavimentos) conduzindo-as posteriormente às fábricas de água (ETARs), já com um prévio tratamento de decantação. Desta forma será possível aumentar significativamente os volumes de água já tratada que são conduzidas ao rio Tejo, minimizando os seus níveis de poluição.
Outra vantagem na construção destas estruturas será a possibilidade de se utilizar água reciclada para lavagem de pavimentos, regas e incêndios. Isto será possível porque, nos túneis, será construída tubagem que conduzirá a água reciclada (das fábricas de água até às bacias antipoluição em sentido inverso ao da drenagem).
Esta água reciclada será reservada em depósitos independentes, dentro das bacias antipoluição que por sua vez alimentarão os marcos de água reciclada a instalar na cidade (estruturas de cor roxa, distintas dos atuais hidrantes vermelhos, abastecidos com água potável).
Na Bacia antipoluição de Monsanto/Campolide vai-se construir um compartimento onde, posteriormente, se pode garantir um caudal mínimo de água do Caneiro de Alcântara a ser conduzida por tubagem própria dentro do Caneiro, que poderá alimentar uma central mini-hídrica contribuindo para a redução significativa do consumo de energia elétrica na Fábrica da Água através desta Central sustentável.
Resiliência a cheias
Reaproveitamento de água
Bacias antipoluição
Como se atinge esse objetivo?
As ações do Plano, de uma forma muito sintética, materializam-se em 4 vetores de atuação:
Controlo na origem - através da construção de Bacias de retenção/infiltração e trincheiras drenantes
Transvase de bacias - Construção de 2 túneis com diâmetro interno de 5,5m e extensão total de cerca de 6 Km
Reforço/reabilitação da rede de saneamento de maiores dimensões (doméstica e águas da chuva)
Melhoria do conhecimento da rede de saneamento de Lisboa e do seu funcionamento
Qual o prazo de conclusão?
Estima-se cerca de 15 anos (2016-2030)
Qual o caminho percorrido para chegar a esta solução?
Timeline
Escavação de 1Km de túnel
Julho 2024
Início da escavação do Túnel Monsanto- Sta Apolónia
Dezembro 2023
Início da montagem da tuneladora H2Olisboa no estaleiro de Campolide (Monsanto)
18 Setembro 2023
Transporte da tuneladora H2Olisboa do Beato até ao estaleiro de Campolide
19 a 21 de março 2023
Última consignação do Estaleiro de Chelas
13 Março 2023
Consignação dos Estaleiros da Avenida da Liberdade e Ruas de Santa Marta
1 Fevereiro 2023
Consignação do Estaleiro da Avenida Almirante Reis
21 Novembro 2022
Consignação dos Estaleiro de Santa Apolónia e Beato
19 de outubro 2022
Assinatura da consignação do Estaleiro em Campolide
Setembro 2022
Chegada da tuneladora H2Olisboa ao Terminal Multiusos do Beato, vinda de barco da China
12 Setembro 2022
Celebração do contrato de financiamento
Julho 2022
Contrato no valor de 90 M€ entre a CML e o Banco Europeu de Investimento
Celebrado o contrato
2021
1140 dias, 132,9 M€ - consórcio Mota Engil/SPIE Batignolles Internacional
Bacias de retenção
2021
Construção da bacia de retenção no Parque Eduardo VII
Adjudicação do concurso
Dezembro 2020
1140 dias, 132,9 M€ - consórcio Mota Engil/SPIE Batignolles Internacion
Conclusão da obra na Av. Infante D. Henrique
2020
Construção de um microtúnel e 5 descarregadores
mais informação sobre esta obra
2º concurso público internacional
2019
1200 dias, 140 M€
Bacias de retenção
2019
Construção da bacia de retenção no Alto da Ajuda
Concurso público internacional
2018
1200 dias, 106 M€ - o concurso ficou deserto
Bacias de retenção
2018
Construção da bacia de retenção na Ameixoeira
Aprovação da solução proposta
Dezembro 2015
Após consulta pública foi aprovada em reunião de câmara
Atualização do PGDL 2008
2015
Face ao tempo decorrido desde a sua aprovação foi feita esta ação
Criação de uma equipa de trabalho
2014
Aprovada em reunião de câmara com a finalidade de implementar o PGDL 2008
Aprovado o primeiro Plano
Março 2008
Designado com PGDL 2008, propunha 4 tipos de atuação
nota: por falta de capacidade financeira não foi implementado
Adjudicação
Fevereiro 2006
Adjudicado ao consórcio Chiron/Engidro/Hidra
Lançamento do Plano
2004
A CML, através da Empresa Municipal de Águas Residuais- EMARLIS, deu início ao processo